MANUALIDADES
Fazer com as próprias mãos, usando todos os sentidos, com a intenção de atingir um determinado objetivo, é algo que todos deveriam fazer com muita frequência. Para mim, é um tipo de meditação que me absorve por completo e me enche de paz.
As manualidades fizeram com que eu mergulhasse em mim, abriram a porta de um autoconhecimento que me trouxe conforto. Do que é que eu gosto? Que tipo de obra me cativa mais? O que, exatamente, me chama a atenção? Como posso atingir esse efeito nas minhas criações? Como é o meu traço? Tantas respostas foram obtidas nessa lida, no fazer com as mãos, tantos ganhos!
Um dos ensinamentos mais importantes que obtive com as manualidades foi a noção concreta de processo. A espera, os inúmeros erros, a convivência com a imperfeição e com a frustração de não obter o efeito desejado, a descoberta do meu estilo, das minhas cores. Tudo isso é fruto da prática, da repetição, da observação. Sempre é possível descobrir algo novo no fazer manual.
Em um mundo em que o digital avança em todas as áreas, o que é manual tornou-se luxo. Nada substitui a experiência de sentir a variação de efeitos e intensidades que depende da pressão aplicada ao pincel, ou o atrito do carvão no papel. Nada substitui a emoção e a intenção traduzidas manualmente.
